BICHO DO MATO

Como legítimos membros da família, os animais de estimação estão cada vez mais presentes nos passeios e momentos de lazer.

Para dar uma idéia deste mercado em expansão, somente em São Paulo, cerca de 2 milhões de pets acompanham os seus donos por todos os lugares, desde restaurantes até shoppings centers. E muitos deles também são companhias indispensáveis nas viagens!

Por isso, resolvi criar o “Portal Turismo 4 Patas” e, através dele, oferecer informações essenciais para o planejamento de viagens com pets e divulgar estabelecimentos pet friendly (onde os “peludos” são tão bem-vindos quanto seus donos).

Eu mesma, me encaixo nessa categoria dos que consideram imprescindível a presença do “companheiro de 4 patas” – pro que quer que seja! Mas, além disso, sou amante da natureza e adepta dos esportes de aventura. E a minha cachorrinha, a Cléo – uma Golden Retriever, não poderia ser diferente.

Juntas, nós duas já praticamos diversas atividades como Floating, Rafting, SUP, boiacross, passeios ecológicos e water trekking. Mas sem esquecer que tudo deve ser feito com diversão e segurança. Por isso, resolvemos dividir aqui, com vocês, um pouquinho das nossas aventuras. Vamos começar, digamos, pelo começo....uma simples (mas não menos divertida) trilha.

Bom, imagine explorar novos lugares, desbravar matas fechadas e florestas até chegar a uma cachoeira e nadar….junto com o seu “amigão”. É, levar o seu peludo junto com você em trilhas e aventuras é, sem dúvidas, uma delícia. Mas, antes de prepararem as mochilas (a sua e a dele, claro!) e colocarem pés e patas na estrada, existem alguns cuidados importantes a serem tomados pelo bem-estar e, principalmente, pela segurança do seu “amigão”.

Antes de tudo, o seu cão precisa ser treinado (ou minimamente obediente), vacinado e acostumado com o ambiente. Caso contrário, você pode expor seu amigão a perigos capazes até de colocar a vida dele em risco.

Anote aí as dicas:
  • Antes de se embrenhar no mato, o seu cão precisa estar acostumado a andar solto. A graça está justamente na possibilidade dele poder explorar a trilha em liberdade! Se esse ainda não é o caso do seu peludo, comece mantendo-o na guia e vá treinando até que sinta a segurança de que ele obedecerá aos seus comandos, especialmente os comandos “junto” e “vem”. Se necessário, peça auxílio a um profissional em comportamento canino, pelo menos para iniciar um treinamento. Lembre-se de que a floresta guarda uma infinidade de novos cheiros e outras coisinhas que vão aguçar a curiosidade dele, existindo aí uma grande possibilidade dele sair correndo e farejando e não saber voltar. Aos poucos, quando ele for se acostumando, você pode ir soltando-o da guia.
     
  • Se passear com o seu cachorro resume-se a uma volta no quarteirão da sua rua, então é melhor começar a praticar aos pouquinhos antes de aventurarem-se numa trilha. Os animais também necessitam de condicionamento físico. O ideal é aumentar a dose dos passeios diariamente, de maneira leve e gradual - de 15 minutos, passe para 30 minutos, depois para 45 minutos e assim sucessivamente. Faça isso, se possível, mais de uma vez ao dia. Intercale vários tipos de terrenos, como terra ou grama, além do asfalto. Isso ajudará a "engrossar" a sola da pata dele, evitando machucados nas almofadinhas das patas.
     
  • ?E, quando iniciarem as trilhas, comece com percursos leves e de curta duração e, só depois, vá aumentando o grau de dificuldade e esforço físico. E fique atento aos sinais de fadiga, ainda que ele demonstre ter energia. Lembre-se de que o cachorro não tem limites, ele não sabe dizer "Eu não agüento mais".
     
  • Não existe uma raça específica para trilhas e caminhadas. As raças que conhecemos foram moldadas de acordo com as necessidades do ser humano e isso afeta tanto as características físicas quanto as comportamentais. Portanto, independentemente da raça, tudo vai depender do que e de como você ensinou para seu amigão. É claro que, algumas raças têm lá suas características específicas. O Beagle, o Schnauzer e o Paulistinha, por exemplo, são exímios caçadores de bichos em tocas. Já o Labrador, o Golden e o Pointer costumam buscar as presas e trazer de volta para seus donos. Mas isso não quer dizer que um pequeno poodle ou mesmo um Yorkshire Terrier não possa ser um grande companheiro nas suas trilhas – desde que tenha sido condicionado para isso. É importante que você conheça bem o seu cachorro antes de colocá-lo numa aventura e em um ambiente estranho a ele. A aventura deve ser divertida para vocês dois!
  • Antes de viajar, é importante checar se as vacinas de seu bichinho estão em dia. Veja também se está na época de dar um vermífugo e de renovar a aplicação do antipulgas e anticarrapatos. Para uma trilha, isso é sempre uma boa idéia, já que alguns lugares são infestados por insetos e parasitas, principalmente onde há mato úmido, cavalos e bois. Outras medidas a serem consideradas é saber se é preciso dar o remédio contra o verme do coração e proteger o seu pet contra o mosquito da Leishmaniose. Vale também utilizar-se e repelentes próprios para animais domésticos (existem ótimos produtos a base de citronela). Converse com o veterinário para saber se a área a ser explorada por vocês é de risco e pegar a indicação destes produtos. Não deixe de ir, mas só vá se o seu companheiro estiver protegido!!!
     
  • O cão também deve ter a bagagem dele, com todos os itens de que irá precisar. Não esqueça da toalha e algodão para secar os ouvidos e, principalmente, a ração do seu peludo - uma vez que ele sentirá fome e a alimentação do animal não deve ser mudada neste período. Tenha sempre água fresca à mão, para mantê-lo hidratado (inclusive durante a caminhada) e não se esqueça de colocar na coleira uma plaquinha de identificação com o nome dele e o número de telefone de alguém que não esteja acompanhando vocês na trilha - isto pode ser muito útil caso ele se perca e o seu celular não esteja pegando.
     
  • Não ofereça muita comida antes de fazer uma trilha ou qualquer exercício físico. Deixe-o comer, mas só um pouquinho. Isso evitará uma possível torção gástrica - problema sério que pode levar à morte.
  • Se o seu pet costuma estranhar outros cachorros, pessoas ou mesmo perseguir pequenos animais, mantenha-o na guia. O passeio deve ser agradável para todos, não apenas para você e ele. Saiba que tudo o que acontecer com as pessoas e animais à sua volta, desde que causado pelo seu animal, é de sua responsabilidade. Quando estamos com nosso cachorro, devemos nos comportar em dobro. Por nós e por eles.
     
  • Deixe a natureza e todo o seu entorno exatamente como você gostaria de encontrar caso um dia retorne ao lugar. Não traga “lembranças”, a não ser fotografias. Não permita que o seu cão coma as plantas pois, além de estar destruindo a vegetação local, ele pode sofrer alguma intoxicação ou ser envenenado. E também não permita que ele persiga os animais. Vocês estão visitando o território deles, portanto retribuam com educação para que sejam sempre bem-vindos. Além disso, a reação do animal pode ser agressiva e machucar o seu cão ou, ainda, é capaz dele querer ir atrás de todo bicho que encontrar no caminho e não saber voltar mais. E não custa reforçar: leve saquinhos e recolha as fezes do seu cão. Cocô de cachorro não é adubo!!
     
  • ?E, se encontrarem um rio, lago ou cachoeira, nunca atire o seu animal na água!! É uma delícia ver os cachorros nadando e poder nadar junto com eles, mas não o force, principalmente se ele não estiver acostumado. Entre você primeiro e chame-o. Se ele se sentir à vontade, entrará também. E tenha cuidado: alguns cachorros ficam aflitos ao nadar e acabam machucando e arranhando quem estiver ao redor. Enquanto ele não “pegar o jeito”, mantenha distância principalmente das patas traseiras e avise aos demais. E, se ele quiser sair da água e tiver dificuldade, ajude-o de imediato. Não fique assistindo, pois ele pode se desesperar e até criar um trauma.
     
  • Por último e não menos importante, curtam essa gostosa experiência!! Compartilhem a interação com a natureza e aprenda com o seu “amigão”: Viva plenamente o presente, deliciando-se com o mundo bem diante da sua fuça.
Então, animado para dividir as emoções e a adrenalina dos esportes de aventura com o seu “companheiro de 4 patas”?

Por Larissa Rios, turismóloga e fundadora da empresa Turismo 4 Patas, especializada na adaptação de roteiros de ecoturismo e esportes de aventura para pets e seus donos.

 Autor: Larissa Rios
 Fonte: www.turismo4patas.com.br

Sobre o autor


“Larissa Rios, formada em Turismo pela UNIFACS (Universidade Salvador) e Mestra em Comunicação Empresarial pela UB (Universitat Barcelona), atua como Produtora de Eventos há mais de 15 anos tendo participado da organização e realização de eventos, nacionais e internacionais, como o Carnaval da cidade de Salvador (Bahia), a Semana Brasileira do INSEAD (Cingapura) e as tournées de artistas como Ivete Sangalo e Jota Quest em Portugal. Cansada da loucura e do corre-corre do mundo do Show Business, há cerca de 7 anos, Larissa decidiu unir as suas principais habilidades, por formação e por atuação – o turismo e os eventos – e resolveu assumir de vez a sua posição de amante incondicional dos animais, criando a empresa e portal TURISMO 4 PATAS – especializado em roteiros de viagens e atividades pet friendly. Complementam a sua especialização, a formação em Auxiliar Veterinário (Pet Escola, 2007) e o Curso Adestramento Inteligente (Organização Cão Cidadão - Alexandre Rossi, 2007).”








Parceiros
Ama Terra Farfalla Turismo 4 Patas Nossa Matilha